quinta-feira, 23 de setembro de 2010

As Nuvens Cósmicas


Um dos mais profundos mistérios do Universo são as massas informes de matéria que deslizam no espaço, formando nuvens de gás e poeira. Flutuando entre as estrelas, nos braços das espirais e em grandes porções das galáxias irregulares, esse material denuncia a sua presença quando reflete a luz das estrelas adjacentes ou quando as obscurece atrás de lençóis opacos. Sua densidade é de 1 átomo por centímetro cúbico, o que supera o vácuo mais perfeito produzido na Terra. Entretanto, em algumas regiões, essas nuvens difusas são tão amplas que igualam em massa a totalidade de estrelas próximas.

As nuvens cósmicas são a matéria-prima com que se formou o Universo. Cerca de 10 mil milhões de anos atrás, de acordo com as teorias mais recentes, nossa galáxia era uma fantástica massa de hidrogênio, girando invisível num espaço sem estrelas. À medida que essa nuvem se enrolou, formaram-se turbulências e destas originaram-se turbilhões. Dentro deles, a força da gravidade começou a soldar partículas em corpos cada vez maiores. Depois, quando essas massas em expansão passaram a sofrer a compressão da gravidade, sua temperatura interna elevou-se. Em dado momento, no centro delas, os núcleos atômicos começaram a fundir-se e os átomos de hidrogênio transformaram-se em átomos de hélio. Acenderam-se assim as primeiras estrelas. Segundo se acredita, a Via-Láctea e todas as galáxias formaram-se dessa maneira. Os astrônomos afirmam que, nas imensas nuvens difusas visíveis no espaço, pode estar ocorrendo atualmente o mesmo e lento processo de criação estelar.

Livro "O Mundo em Que Vivemos"; Abril Cultural, página 22.

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