sábado, 22 de dezembro de 2012

A Astronomia dos Maias

Olááá Astroleitores!!!

Com todo esse burburinho sobre os maias, decidi criar um post especialmente para falar deles.
Observatório Astronômico Maia de Chichen-Itzá, México. (inconscientecoletivo.net)
A civilização maia, que habitava a América Central e viveu seu auge entre os anos 200 e 900, foi uma das mais "cabeças" da antiguidade. Eles eram craques nas Ciências e nas Artes e estavam a frente não apenas das outras civilizações da América, como até dos chineses e europeus. 
Os maias se destacaram em grande parte por suas descobertas astronômicas, feitas apenas com observações visuais. Devido a sua importância cultural e intelectual, os historiadores comparam os maias aos gregos.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

"Remendando" a camada de ozônio

O Astroleitor Gabriel Costa me fez uma pergunta bem pertinente no post "O efeito estuda e o buraco na camada de ozônio" já há um bom tempo, mas como fiquei ausente aqui do blog nos últimos meses, só agora pude ler os comentários com mais calma e respondê-los.

Pergunta: "Como podemos resolver o problema do buraco na camada de ozônio? Existem países colaborando para isso?"

futurozono.blogspot.com
Os "buracos da camada de ozônio" são áreas (umas maiores outras menores) onde o ozônio foi detonado. Essas áreas se localizam nos pólos, que servem como um "depósito" de gases poluentes - como o clorofluorcarboneto (CFC), principal inimigo do ozônio - vindos principalmente dos países do hemisfério norte com a ajuda de poderosas correntes de ar.
O buraco do sul é bem maior que o do norte porque no Pólo Sul a temperatura é mais fria e a circulação atmosférica é menor, assim, o CFC fica concentrado nas nuvens e, quando chegam os meses de sol, os raios UV dissolvem essas nuvens todas de uma vez só, liberando uma enorme quantidade de cloro que acaba com o ozônio.
A camada de ozônio é essencial para a manutenção da vida no planeta. Sem ela ficaríamos vulneráveis aos raios ultravioletas e os casos de câncer de pele aumentariam desenfreadamente, por isso é tão importante taparmos esses buracos urgentemente!

Em 1987 foi criado o Protocolo de Montreal, um acordo para reduzir a fabricação de produtos que contenham CFC ou outros gases destruidores de ozônio. Mais ou menos 190 países aderiram ao protocolo, os desenvolvidos tiveram uma meta determinada, os que ainda estão em desenvolvimento, como o Brasil, não eram obrigados a alcançar suas metas, e os países não-desenvolvidos, como Zimbábue, Tanzânia, Timor-Leste, Butão, Uzbequistão, etc; não assinaram o acordo, até mesmo porque suas taxas de emissão de gases poluentes não são tão preocupantes quanto a dos Estados Unidos, China e Japão, por exemplo.
O Brasil, desde que aderiu ao protocolo, vem criando vários projetos que visam sustentabilidade. Resultado: o uso e produção de CFCs no país caiu de 10 mil toneladas em 1995 para 408 toneladas em 2006, ou seja, quase 90% de redução.
Nos últimos 10 anos, a velocidade da destruição da camada de ozônio vem diminuindo, mas os cientistas calculam que, mesmo assim, ainda serão precisos 50 anos, pelo menos, para que ela se regenere por completo.

Informações retiradas dos sites... 
...acessados em 20/12/2012.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

"Porque é que o céu é...?"

Olá Astroleitores!!! 

Todos prontos para mais um fim do mundo? No Japão já é dia 21, então, tem alguma coisa errada aí...
Hahaha.

Vim aqui para divulgar uma série de posts do blog Observações Noturnas feito (muito bem feito, aliás!) pelo meu camarada lá da "Terrinha", o Carlos Capela. Gosto muito da forma com que ele escreve suas postagens em forma de seguimentos, continuações, e essa que divulgarei agora... eu a-do-rei.
A série é constituída por cinco posts, cada um explicando porque é que o céu toma determinada cor.
Ficam aí os links, espero que vocês curtam tanto quanto eu (:


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A suposta maçã mais ilustre da Física

Este ano foram distribuídos livros didáticos públicos aos alunos do Ensino Médio. A princípio eu não liguei muito para eles; recebi, guardei e acabei deixando pra lá. Agora que entrei em férias e fico de bobeira em casa boa parte do dia, tenho tempo de sobra para analisá-los com mais atenção. E são muito bons!!! Tem bastante coisa interessante e a linguagem é bem descontraída, os textos são claros e objetivos e eu me interessei muito, especialmente pelos de Física, História, Geografia e Português. 
Folheando o livro de Física agora a pouco, encontrei uma historinha, uma lenda da Física super famosa que, com certeza, vocês já devem ter ouvido falar...
arquivoxiasd.com
Uma lenda na história da Física é a da queda da maçã. Newton tentava entender porque a Lua não se afastava da Terra , na década de 1660, quando estando em um jardim observou uma maçã caindo de uma árvore. A "estória" teria sido inventada por Newton para convencer e tomar aceita sua alegação de que a descoberta da Gravitação Universal ocorrera cerca de 20 anos antes de sua publicação, no Principia. Isso ocorreu devido uma contenda (disputa) entre ele e Robert Hooke pela paternidade da Lei do Inverso do Quadrado (1/r²) e, então, antecipou  a descoberta da Gravitação Universal para um período anterior a uma troca de cartas com Hooke.
Hooke, em novembro de 1679, escreveu a Newton apresentando-lhe o seguinte problema: Se um corpo sofre uma atração em direção a um centro, que tipo de curva seria sua órbita, se a atração varia inversamente com o quadrado da distância? Newton não respondeu e, em 1684, Edmund Halley visitou-o e fez-lhe a mesma pergunta. Newton teria respondido que, segundo seus cálculos, era uma elipse, porém não achou os cálculos. Halley insistiu, então, que ele escrevesse seus cálculos novamente. O resultado, após algumas pequenas revisões, foi o "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural".
Com uma leitura cuidadosa do livro de Newton e seus cadernos de nota, L. B. Cohen, um estudioso de Newton, propõe que:
1) Newton chegou à Gravitação Universal por uma aplicação de sua Terceira Lei (ação e reação);
2) A Terceira Lei só foi formulada por ele no Princípios por volta de 1685, logo a história da maçã é falsa, pois teria ocorrido 20 anos antes e;
3) Newton aprendeu a tratar trajetórias curvas a partir de um método desenvolvido por Hooke. 
 (Adaptado de DIAS; SANTOS; SOUZA, 2004, p. 265-266)
Fonte: Livro Didático Público - Física - Ensino Médio 2ª Edição.

Teorias e riscos acerca da expansão do Universo

Olá Astroleitores!

Reservei esse post exclusivamente para tirar uma dúvida vinda do astroleitor Leonardo Comerlatto e falar sobre esse assunto que eu nunca comentara aqui no blog tão especificamente.
Pergunta: "Existe algum risco em relação a expansão do Universo?"

Bem... que o Universo está em expansão nós já sabemos. Na verdade, ele sempre esteve, mas só descobrimos isso há mais ou menos um século, pois até então o processo era lentíssimo, imperceptível. A expansão do Universo é uma consequência do Big Bang, a grande explosão que originou o Cosmos; logo, o Universo expande-se desde que surgiu, porém nos últimos tempos essa "inflação" tem ocorrido em ritmo bem mais acelerado e aparente.

www.inovacaotecnologica.com.br
Ano passado, três cientistas ganharam o Prêmio Nobel de Física com seus estudos sobre a expansão do Universo, adquiridos com observações constantes de Supernovas. As estrelas explodem quando chegam ao final de sua vida, e baseados nessas explosões, afirmaram que o Universo está inflando cada vez mais rápido; pois a luz emitida pelas supernovas está cada vez mais distante de nós.
Estes cientistas também apresentaram riscos que o Universo corre se continuar crescendo: o "Big Rip", grande rasgo, em inglês, um tipo de morte cósmica onde galáxias, estrelas e até os próprios átomos seriam dilacerados; ou um tipo de "nova era glacial": O Universo se inflaria tanto, tanto, que ficaria "distante" das fontes de luz e energia, tais fontes se dispersariam e um frio intenso e rigoroso tomaria conta de toda a imensidão.

Mas, de acordo com um grupo de cientistas brasileiros, essa teoria é um bocado exagerada. Seus estudos indicam que a expansão começará a frear daqui aproximadamente 6 bilhões de anos, e o fim catastrófico sugerido pelos cientistas norte-americanos seria substituído por um fim lento e tranquilo.
O que refuta a teoria do suposto fim catastrófico é imaginar que o Universo se expandirá para sempre. "Se isso acontecer, você acaba tendo um horizonte de eventos futuros, previsíveis, ou mesmo uma singularidade", diz Alcaniz.
"Singularidade" refere-se a uma situação em que as leis do cosmos simplesmente não valem mais - na singularidade de um buraco negro, por exemplo, a gravidade e a pressão seriam infinitas. A maioria dos físicos rejeita a existência da singularidade, pois se tudo no mundo real fosse determinado, infinito, irrefutável, inquestionável, o Universo não faria mais sentido.
Em particular, a chamada teoria das cordas - hoje a principal candidata a explicar todos os fenômenos cósmicos de maneira coerente - não poderia ser formulada se a expansão desenfreada do Universo realmente desembocasse num horizonte de eventos.
Alcaniz e seus colegas escaparam do dilema conciliando as observações sobre a expansão com o conceito de campo escalar. O lado interessante do campo escalar é que ele é dinâmico, "evolui ao longo do tempo e do espaço na histórica cósmica", explica o pesquisador.
"Nesse contexto, a expansão teria sido desacelerada no passado, teria começado a acelerar há 5 bilhões de anos e, daqui a 6 bilhões de anos, pararia de acelerar de novo", diz ele.


galileu.globo.com
"Daqui a alguns poucos anos, é possível que nós já tenhamos dados para descartar ou confirmar essa proposta. Para isso, ainda é preciso melhorar a precisão das medições de fenômenos como as explosões de supernovas, a radiação cósmica de fundo (o "eco" da explosão que criou o Universo) e a estrutura dos aglomerados de galáxias", afirma o cosmólogo Jailson Alcaniz, coordenador do estudo.
A explicação para o processo de expansão foi proposta com base na existência de energia escura, que exerceria força contrária a da gravidade e ao invés de atrair, afastaria as coisas. 
Dessa forma, o risco de um "Big Rip" seria afastado. Ao invés de ser feito em pedacinhos no fim de sua história, o Universo continuaria a se expandir, mas num ritmo cada vez mais lento, tornando-se, pouco a pouco, mais rarefeito e mais frio e morrendo suavemente.

"É um final como o que imaginávamos antigamente para o cosmos", resume Alcaniz.

Hoje, tanto o modelo do "Big Rip" quanto o do grupo podem explicar as observações astronômicas. Só medições mais precisas é que poderão mostrar quem está com a razão.



sábado, 15 de dezembro de 2012

A quem pertence a água do planeta Terra?

Aqui estou eu, de novo!!!

No último post eu dei uma pequena introdução nesse assunto.
O título da postagem até parece brincadeira, né? Como assim "a quem pertence a água do planeta Terra"?
Pois é... as consequências das ações humanas já estão se despindo, bem na nossa frente, sem pudor nem piedade, ainda mais nitidamente no que se refere à água.


"Muitos conflitos têm acontecido ao longo da história da humanidade devido a disputas de poder e domínio sobre territórios, rotas comerciais, regiões produtivas, conquistas espaciais... Segundo especialistas, o conflito do futuro será pelo domínio da água potável do planeta. A questão da água já é fonte de discórdia entre países como Israel e Palestina."

cnpma.embrapa.br
 Nas últimas aulas de geografia do ano, estudamos sobre a ação humana no planeta e suas consequências. O professor passou um vídeo sobre os aquíferos, reservas subterrâneas de água. O Aquífero Alter do Chão localiza-se inteiramente em território brasileiro e o maior aquífero do planeta, o Aquífero Guarani, localiza-se nos territórios do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai
"Menos de 1% da água doce disponível no mundo provém de fontes renováveis. Uma parte considerável dessa porcentagem está sob os pés de brasileiros, argentinos, paraguaios e uruguaios. Na região que engloba o centro-sul do Brasil, o nordeste argentino, o Paraguai e o Uruguai, localiza-se o Aquífero Guarani, um gigantesco manancial de bilhões de litros de águas subterrâneas ainda pouco aproveitado. Ainda não se sabe com exatidão quanto desses recursos pode ser explorado e de que forma, mas já há polêmica em relação ao assunto. Ambientalistas preocupam-se com a sustentabilidade do aquífero e com a soberania em relação a ele, enquanto os recursos já estão sendo utilizados nos quatro países."
http://www.uniagua.org.br/website/default.asp?tp=3&pag=aquifero.htm#aquifero2

Essa preocupação é justificada pela importância estratégica da água na atualidade. O consumo de água no planeta está aumentando enquanto as fontes estão secando. Outra preocupação é a presença estrangeira (...) Já existe um batalhão do exército dos EUA na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, que faz fotos do Aquífero atualizadas a cada minuto, o que lhes permite saber mais a respeito do mesmo do que os países sob os quais ele se encontra.
FONTE: http://diaadiaeducacao.pr.gov.br

www2.uol.com.br

Pensando sobre esse assunto, eu passei a questionar a mentalidade do Homem:
Se o ser humano sabe, tem conhecimento sobre um provável conflito mundial por causa da falta de água e nada faz para evitá-lo, seria mesmo o homem um animal racional? Como eu já disse, as consequências estão se despindo na nossa frente e ao invés de buscar resolver o problema da forma mais lógica - que é usar os recursos de forma sustentável - já estamos pensando num provável conflito pela posse dos recursos "que sobrarem"? 

Enfim, algo para refletir :)

Visitinhas... à Lua

Oi de novo...
Muitos jornais comentaram essa notícia, e por ser tão relevante assim, decidi postar também.

A Lua está logo ali, na esquina, de acordo com as dimensões astronômicas. 
 "Um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade" :)

Ex-responsáveis da agência espacial americana Nasa anunciaram nesta quinta-feira (6) a criação da primeira empresa privada cujo principal objetivo é vender voos para a Lua. "A Golden Spike é a primeira companhia que prevê oferecer expedições regulares de exploração sobre a superfície da Lua até o final da década", diz um comunicado da empresa.A companhia aposta na adoção de naves espaciais do setor privado, que reduziriam significativamente o custo dos voos comerciais com destino à Lua, explica o anúncio realizado na véspera do 40º aniversário da última missão lunar, a Apolo 17.Um voo de ida e volta para dois passageiros colocando o pé na Lua teria o custo de US$ 1,5 bilhão."O objetivo da Golden Spike é otimizar os ônibus espaciais já existentes para vender o sistema a países, pessoas ou empresas cujos objetivos e ambições sejam explorar a Lua". A Golden Spike foi criada por pesos pesados da área espacial: Alan Stern, ex-vice-diretor científico da Nasa, e Gerry Griffin, ex-diretor de voos do programa Apolo e do Johnson Space Center, em Houston.

Site da Golden Spike anuncia que está procurando parceiros para explorar a Lua. (Foto: Reprodução / Site da Golden Spike)
(Foto: Reprodução / Site da Golden Spike)



Eu acredito que a exploração espacial é muito interessante e importante para adquirirmos conhecimento acerca do Universo em que vivemos, mas tenho de admitir que não apoio muito esse "negócio". É uma ideia bacana, mas começa com umas visitinhas ali e acolá e quando nos dermos conta, a Lua que conhecemos - bela, lírica, inspiradora, apaixonante... - não existirá mais. É uma preocupação particular que tenho em relação à intromissão do Homem no Universo, não é algo natural, e pode ser resultar numa degradação terrível dos recursos; da Lua, de Marte ou de qualquer outro território em que o ser humano pisar e conquistar. É da natureza humana querer tomar para si, possuir, mas a situação é bem diferente quando se trata de luas, planetas, etc. Digo isso tendo como base a disputa por água no futuro - futuro este que já está se apresentando em alguns lugares do mundo - já estão em andamento muitos discussões sobre "a quem pertence a água do planeta" (tema do próximo post). Essa frase parece absurda, mas é a nossa realidade. E temo que dessa mesma forma se prossiga a exploração espacial. 
Claro que ainda é cedo para criar expectativas otimistas ou pessimistas, mas é bom pensarmos nisso, no futuro que estamos criando para nós mesmos. Espero que minhas preocupações não passem de pensamentos negativos e que não se concretizem. 
Se o Homem souber explorar essa ideia inteligentemente, o resultado será interessantíssimo!

E aí, alguém quer rachar 1 bilhão e meio comigo? Hahaha...

Planeta natal de Superman localizado no mundo real


Olá caros Astroleitores :D

Ontem, quando entrei na home do blogger, bati o olho num post que me interessou bastante, vindo lá do blog Da Terra Para as Estrelas, do meu colega Otávio Jardim Ângelo. 
Minha vontade era ter replicado essa noticia ontem mesmo, mas como estava blogando pelo celular e o navegador não era compatível e bla bla bla, não foi possível. Então, hoje o farei (:

A maioria das pessoas, mesmo as que nunca leram os quadrinhos, sabe ou ouviu falar da história do Super-Homem. Ele foi enviado à Terra ainda bebê quando seu planeta, Krypton, explodiu. Nunca foi determinado onde Krypton "se localizava", portanto cada autor se permitia contar uma versão sem contradizer nenhuma determinação, digamos, universal.
Em novembro foi publicado uma história em que revela onde fica (ou ficava) Krypton: na constelação de Corvo. (ilustração: DC Comics)
 Isso, porém, mudou no último dia 7 de novembro quando a DC Comics publicou uma edição onde, no final da publicação, uma história de 8 páginas revelava a localização de Krypton:  na constelação do Corvo, orbitando a estrela LHS 2520 a 27,1 anos-luz  de distância da Terra.

Quem pesquisou e escolheu a candidata mais provável para ser o sol vermelho de Krypton foi Neil DeGrasse Tyson (que está regravando Cosmos). O astrônomo reuniu as informações dadas pelas histórias em quadrinhos e, assim, pôde deduzir a localização.

Para saber mais, acesse:

domingo, 2 de dezembro de 2012

Brasil, Espanha e o enigma da matéria escura

Buenas!!!

Há quase 80 anos algo intriga e fascina cientistas de todo o mundo; algo que não se vê, não se define, mas que constitui 80% do Universo. A matéria escura (agora denominada "matéria faltante") foi descoberta em 1933 pelo suíço Fritz Zwicky, que percebeu que a velocidade com que as galáxias se "moviam" era incompatível com suas massas, ou seja, a velocidade era muito mais alta do que sua massa poderia suportar. De acordo com as leis da física, nessa velocidade, as galáxias se "despedaçariam" e sairiam voando por aí, como um carro de corrida que se despedaça e sai voando da pista por correr rápido demais. A única força capaz de impedir que isso aconteça é a gravidade, e a gravidade depende da massa do objeto em questão. O problema é que a massa das galáxias não chega nem perto da quantidade suficiente para que haja a atração gravitacional necessária para evitar que elas "escapem". Há alguma coisa segurando-as além da gravidade:

 A matéria escura.

Existem duas possibilidades: ou a matéria escura realmente existe e as leis da física estão corretas, ou a matéria escura não existe e as leis da física precisam ser reavaliadas. O fato é que existe algo invisível lá fora mantendo as coisas no lugar.
Este é um assunto bem complexo, um dos maiores mistérios científicos de todos os tempos; e o Brasil e a Espanha estão dispostos a desvendá-lo. Os dois países uniram forças e construíram um observatório exclusivo para a missão. O Observatório Astronômico de Javalambre está quase completo, faltam apenas duas peças (as mais importantes):  o telescópio T250 e a câmera J-PCAM, que foi projetada e está sendo construída no Brasil, sendo a principal colaboração do país no projeto. A câmera só ficará pronta em 2014, mas o Observatório começará a operar em 2013.







A partir de 2015 o observatório dará início ao seu maior projeto de pesquisa:  o Levantamento Astronômico de Javalambre sobre a Física da Aceleração do Universo (J-PAS em inglês), onde será produzido um mapa  3D do céu com todos os objetos espaciais influenciados pela matéria escura. O J-PAS não conseguirá definir o que exatamente compõe essa matéria, mas com certeza vai descobrir algumas de suas propriedades e influências no Universo mais detalhadamente.
Se Espanha e Brasil desvendarem o enigma da matéria escura, certamente serão fortes candidatos ao Prêmio Nobel. Talvez não o desvendem completamente, mas chegarão bem perto disso, e obviamente descartarão muitas teorias que circulam por aí.
Enfim, a Ciência só tem a ganhar :)

sábado, 1 de dezembro de 2012

Um Estranho Numa Terra Estranha, de Robert A. Heinlein

Olá!!! Quanto tempo, hein Astroleitores?!

Pois é... Meu modem simplesmente pifou e, enfim, só hoje instalei um novo :D
Antes de colocar o blog em dia com as notícias, acontecimentos e etc., gostaria de lhes recomendar um livro. Como eu estava sem internet, tive de me ocupar com outra coisa e a leitura acabou sendo minha melhor amiga (sempre foi, aliás, mas nos últimos meses virou praticamente um vício). A versão que eu emprestei tem +/- 500 páginas e eu devorei li em dois dias, rs.

O livro Um Estranho Numa Terra Estranha é uma história que se passa no futuro e o ponto de partida dela é uma expedição à Marte onde os tripulantes são 3 casais... casados. Uma das tripulantes engravida de um colega e não de seu marido, esse filho é "deixado" em Marte e, logo, é criado como um marciano. Anos mais tarde outra expedição é realizada e esse "homem de Marte" é trazido ao seu devido planeta, a Terra. Michael Smith, como foi batizado, precisa aprender à ser um humano, mas acaba ensinando os humanos à serem marcianos. Ao longo da história de Mike vários conceitos são expostos, tanto os humanos como os supostos conceitos marcianos ensinados pelo homem de Marte.

O autor Robert A. Heinlein é um dos maiores ícones da ficção científica moderna e sua maior característica é o dom de arranhar o ego da sociedade, colocando em dúvida os princípios dos Homens e fazendo o leitor pensar por si mesmo acerca de tudo isso.

Não tenho como dar muitas descrições pois cada um tem seu ponto de vista e, de qualquer forma, leiam "Um Estranho Numa Terra Estranha" e tirem suas próprias conclusões, vale muito a pena! :)


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Era plana, ficou redonda, mas é geoide!

Boa noite AstroLeitores!

Acredito que dá pra ter uma ideia de quem estou falando só pelo título da postagem... Da nossa querida Terra :D
Parece meio bobo falar sobre isso, discutir sobre a forma do nosso planeta (coisa que já gerou muita confusão antigamente), mas eu acho interessante esse assunto, mostrar a evolução da humanidade, o momento em que a ignorância foi deixada de lado e tudo mais.
Pensando nisso, lembrei das minhas aulas de História da 6ª série em que estudávamos as Grandes Navegações, os países europeus que conquistavam os mares com as caravelas em busca de terras, especiarias e riquezas. A Igreja Católica e o Estado apoiavam muito essas expedições, a Igreja para conseguir mais fiéis e os reis para lucrar com os impostos. Enfim, basicamente todos saíam ganhando, era uma atividade super lucrativa na época, rendia.
Porém, existiam perigos que esses caras que navegavam temiam muito. Naquele tempo, eles acreditavam que a terra era plana, e que quanto mais se afastavam da terra firme mais se aproximavam de um imenso abismo do qual as navegações despencavam; além de monstros horrendos que habitavam essas regiões próximas as "quatro bordas" do planeta. Esses riscos de abismos e monstros, obviamente, eram imaginários; mas de fato existiam os perigos reais, como condições precárias de higiene e alimentação que por sua vez ocasionavam doenças. Algumas navegações não retornavam por conta desses perigos reais enfrentados, mas como os perigos imaginários eram confirmados e incentivados pela Igreja e pelo Estado, somando-se à ignorância das pessoas daquela época desprovidas de qualquer conhecimento, prevaleceram durante muito tempo.
E isso era ótimo para a Igreja e para o Estado, pois evitavam futuras e possíveis especulações, tumultos e oposições por parte do povo - não muito diferente do que ocorre hoje com a mídia e com a política. Eles tentavam manter as pessoas "burras", mas como sempre existem exceções, haviam aquelas que não se conformavam e procuravam a verdade racional acima de tudo. Essas pessoas eram condenadas, cruelmente. Naquele tempo, contrariar qualquer coisa dita pelos religiosos e nobres era como um crime.
Mas então como descobriram que a Terra é redonda?
Eratóstenes, há aproximadamente 285 antes de Cristo, descobriu que a Terra era redonda e mais que isso: conseguiu calcular a circunferência quase que exata do nosso planeta, com uma precisão perfeita para a época.Alexandria era a verdadeira capital do mundo, possuía uma enorme e moderna biblioteca onde Eratóstenes presidiu por um determinado tempo a convite do rei egípcio Ptolomeu III.
Um certo dia, na biblioteca de Alexandria, Eratóstenes leu um artigo bem interessante, onde dizia: Em Siena, mais ao sul de Alexandria, no dia mais comprido do ano (hoje 21 de junho, no pólo norte) precisamente ao meio-dia, o sol não projeta sombra sobre os corpos iluminados.
Como? Pensou Eratóstenes. Como pode um corpo iluminado pelo sol não projetar sombra na cidade de Siena e sempre projetar em Alexandria? Qualquer pessoa poderia ter deixado esse pensamento de lado, mas parece que Eratóstenes, realmente era alfa em muitas coisas.
Eratóstenes sabia que o sol estava tão longe da terra que seus raios chegariam até aqui paralelos, então como explicar que em Alexandria sempre aparecia sombra nos objetos iluminados pelo sol e em Siena não?
Em uma superfície plana isso não era possível de acontecer. Por exemplo, duas varetas, colocadas em locais distintos, devem apresentar o mesmo comprimento de sombra se o mundo fosse plano. Diferenças no comprimento das sombras, disse Eratóstenes, somente poderiam acontecer se a superfície da terra fosse curva, essa era a única explicação plausível.
E mais, no dia mais comprido do ano, Eratóstenes mediu, exatamente ao meio dia, quando o sol ficava a pino em Siena (sombras não eram projetadas), o tamanho da sombra de uma vareta em Alexandria para calcular a diferença de ângulo entre as duas cidades. Isso significa que, na hipótese das varetas serem colocadas tão profundamente, uma em Alexandria e outra em Siena, de modo que ambas se interceptassem no centro da terra, seria formado um ângulo entre elas. Esse ângulo era de (7°).
A diferença do ângulo entre as duas cidades era de exatamente (7°). Como uma esfera completa tem (360°), significa que cabem pouco mais de 50 posições de (7°) na esfera (360:7 = 51,42).
Agora, Eratóstenes precisava saber a distância entre Alexandria e Siena, para isso, ele contratou algumas pessoas para medirem. O resultado foi 800 km.
Multiplicando-se 800 por 50 = 40.000 km, esta foi a medida da circunferência da terra obtida por Eratóstenes. Sabemos que o valor correto atual é de 40.072 Km, ou seja, dois séculos antes de Cristo, usando-se varetas de sombra e cérebro, Eratóstenes mediu com extrema precisão o tamanho da circunferência de nosso planeta.


Hoje, é quase óbvio dizer que a Terra é redonda, mas depois de tanto tempo acreditando que ela era plana, tanto tempo para provar que ela de fato é uma esfera; eis que... a Terra não é completamente redonda. O mapa mais preciso já feito da gravidade da Terra, com informações coletadas pelo satélite Goce, mostra que é Terra não é uma esfera perfeita, e sim um modelo chamado "geoide" 

sábado, 1 de setembro de 2012

Mais um ano com vocês...

Gostaria de compartilhar minha alegria com vocês, AstroLeitores.
Foi algo que passou em branco, nem eu mesma recordei assim de imediato, mas ainda dá tempo de comemorar...
Só pra registar; no dia 06 de Agosto, o Princípios da Astronomia completou dois aninhos :D
Espero que vocês estejam gostando do trabalho que faço nesse meu cantinho que passou a ser cantinho de vocês, também. Eu fiz bons amigos aqui no Princípios da Astronomia, e adoro todos, muito muito mesmo.
Obrigado por tudo.

Thainá Mocelin do Nascimento.

Maiores mistérios atuais da Astronomia

Salut! Ça va? (praticando meu francês, ha-ha)

A Revista "Science", uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, geralmente publica avanços ou esclarece questões da Ciência, porém há uns 3 meses os editores prepararam uma série chamada "Mistérios da Astronomia", que dá espaço a dúvidas ainda não foram solucionadas, apresentando oito fenômenos que os cientistas não conseguem explicar ou entrar num consenso para isso.
O que é energia escura?
Há 14 anos, os cientistas descobriram a energia escura, mas ainda não conseguiram explicar exatamente o que ela é. Pelos conhecimentos que a humanidade tem de física, a expansão do Universo deveria ser cada vez mais lenta. Porém, a expansão está, na verdade, se acelerando. A – desconhecida – causa dessa aceleração recebeu o nome de energia escura.

Os astrônomos têm três possíveis explicações para o fenômeno. Ela pode ser alguma propriedade desconhecida do espaço no vácuo, um novo tipo de campo de força – chamado de “quintessência” – ou, ainda, sinal de que as teorias científicas a respeito da gravidade estão incorretas. O grande problema é que os especialistas não têm nem pistas de como poderão fazer experiências para chegar a uma conclusão.
Galáxia Abell 1689 teria matéria escura, segundo os astrônomos (Foto: Nasa, ESA, E. Jullo (JPL), P. Natarajan (Yale), & J.-P. Kneib (LAM, CNRS))
Galáxia Abell 1689 teria matéria escura, segundo os astrônomos (Foto: Nasa, ESA, E. Jullo (JPL), P. Natarajan (Yale), & J.-P. Kneib (LAM, CNRS))
Qual é a temperatura da matéria escura?
A “matéria escura” é uma teoria desenvolvida em 1933 para explicar como as galáxias se mantêm unidas. Uma quantidade de massa invisível explicaria o campo gravitacional que une os corpos celestes de uma galáxia.

Os físicos ainda não sabem precisamente o que é a matéria escura, mas provavelmente conseguirão detectar algumas de suas partículas dentro de poucos anos. Até lá, a temperatura dessa matéria permanecerá um mistério. Pela teoria atual, ela deveria ser gelada, mas se admite que ela pode ser bem mais quente.
Onde estão os bárions desaparecidos?
Bárion é um termo genérico para descrever as partículas subatômicas, como os prótons e os nêutrons. Pelos cálculos dos astrônomos, cerca de 10% da massa bariônica do Universo está nas galáxias. Gases quentes intergalácticos também formam 10% do Universo, e outros 30% são nuvens de gases frios.

Sobraram 50%, a metade das partículas do Universo, que os cientistas não conseguem localizar. Uma teoria afirma que esses bárions estariam num plasma difuso, mas ainda não há consenso quanto a isso.
Como as estrelas explodem?
A morte de uma estrela não é um processo pacífico. Depois de brilharem por milhões, muitas vezes bilhões de anos, elas se transformam em uma bola de fogo gigante conhecida como “supernova”. As supernovas já são objeto de estudo científico há décadas, mas ainda não está claro para os astrônomos quais são os processos que antecedem a explosão dentro das estrelas.

Imagem da supernova RCW 86, feita com a composição de dados obtidos por quatro telescópios diferentes (Foto: Nasa/ESA/JPL-Caltech/UCLA/CXC/SAO)
Imagem da supernova RCW 86, feita com a composição de dados obtidos por quatro telescópios diferentes (Foto: Nasa/ESA/JPL-Caltech/UCLA/CXC/SAO)
O que reionizou o Universo?
O estudo da história do Universo tem uma lacuna importante que diz respeito ao que acontece dentro dos átomos. De acordo com a teoria, o Big Bang, a explosão que deu início ao Universo como conhecemos, aconteceu há 13,7 bilhões de anos.

Cerca de 400 mil anos depois disso, com a temperatura já mais fria, a atração natural de prótons e elétrons formaria átomos estáveis de hidrogênio. Centenas de milhões de anos depois, no entanto, algo retirou elétrons desses átomos, e formou íons – que não têm um número estável de elétrons e, por isso são mais propensos a reações. O que não se sabe é o que foi esse algo responsável pela reionização.
Qual é fonte dos raios cósmicos mais energéticos?
Há 50 anos, no estado norte-americano do Novo México, cientistas detectaram uma partícula extremamente energética, que recebeu o nome de raio cósmico. Esse raio era, na verdade, um núcleo de um átomo que vaga pelo Universo trombando em corpos celestes, com uma energia de 100.000.000.000.000.000.000 eV – valor tão alto que não podia ser produzido por nenhum processo conhecido até então. E continua sendo, por que os cientistas ainda não conhecem o processo que gera tamanha energia.
Por que o Sistema Solar é tão bizarro?
Pelo Universo afora, planetas de todos os tipos – quentes, frios, rochosos, gasosos, grandes e pequenos – giram ao redor de estrelas. O Sol é capaz de reunir essa diversidade de planetas em torno de si.

Levando em conta massa, composição química e tamanho, Vênus seria o par mais próximo da Terra, mas os planetas são quase opostos. Vênus tem uma atmosfera ácida, densa e quente, e não tem sinais de já ter tido água – enquanto a Terra é cheia de oceanos. A rotação dos dois também é completamente diferente – em Vênus, o dia dura mais que o ano.
A comparação entre Terra e Vênus é apenas um exemplo da diversidade encontrada entre os oito planetas e outros corpos celestes do sistema.
Por que a coroa solar é tão quente?
No interior do Sol, onde ocorre fusão nuclear, a temperatura supera os 16 milhões de graus Celsius. Na superfície, a temperatura é bem mais baixa, na casa de 5 mil graus Celsius. Porém, acima da superfície, se forma a coroa solar, onde a temperatura supera 1 milhão de graus Celsius.

Os cientistas sabem que a energia solar é suficiente para gerar temperaturas tão altas e que o campo magnético do Sol é forte o bastante para levar a energia até o campo magnético. Os detalhes do processo, no entanto, ainda estão longe de ser um consenso, e há várias teorias conflitantes oferecendo essa explicação.
'Música solar' ocorre em fluxos magnéticos que compõem a coroa solar. (Foto: Nasa/Divulgação)
É na coroa solar que se originam as erupções solares (Foto: Nasa/Divulgação)
FONTE: G1

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