domingo, 30 de outubro de 2011

Analfabetismo Científico.

Olá! Estou re-blogando esse artigo do Blog Observatório Extremo Sul, da minha querida amiga Roberta. Sempre fiquei muito indignada com a educação científica das crianças brasileiras, e também, de outros países. A Ciência é a base da humanidade, dela se abrem novos caminhos, novas oportunidades. Isso deve ser valorizado. E foi exatamente isso que a Roberta indagou em seu Post. Boa leitura à todos, e deixem comentários (:

Hoje vamos colocar em pauta um tema importante para nossos estudos em Educação em Ciências: A Alfabetização Científica dos cidadãos brasileiros.

Certo dia me surpreendi em sala de aula, quando, comentando conceitos de analfabetismo funcional da população do nosso país, (falando da falta de criatividade e respeito com a capacidade intelectual da população, por parte da programação da TV aberta...), falei que há também o analfabetismo cientifico. Os alunos ficaram em silêncio com carinha de “hã?”.


Mais surpresa ainda fiquei eu, de perceber que eles não haviam pensado nisto! E se você, caro leitor também ficou com carinha de “hã”, pense comigo:
Nós, em geral – mas sem generalizar – sabemos explicar como ocorrem fenômenos corriqueiros e que interferem de forma direta nas nossas vidas? Por exemplo, as estações do ano? As fases da Lua?
Não. Isto sequer passa pela nossa cabeça, porque não é nada que se peça em concursos, não precisamos saber disto para realizarmos as atividades básicas de sobrevivência como por exemplo: comer, reproduzir, trabalhar, rezar, viajar... Mas isto é um mero engano...
Se não fosse a curiosidade e insatisfação de muitos homens e mulheres, até hoje estaríamos vivendo em cavernas. Se você também acha que saber “essas coisas” não é importante, pense que, sem o desenvolvimento dos conhecimentos das estações do ano – e do mapeamento do céu pelas cartas celestes, a agricultura estaria ainda condicionada aos Deuses e nossas oferendas...
E, como bem coloca Sagan:
“Não sei até que ponto a ignorância em ciência e matemática contribuiu para o declínio da Atenas antiga, mas sei que as conseqüências do analfabetismo científico são muito mais perigosas em nossa época do que em qualquer outro período anterior. É perigoso e temerário que o cidadão continue a ignorar o aquecimento global, por exemplo, ou a diminuição da camada de ozônio, a poluição do ar, o lixo tóxico e radioativo, a chuva ácida, a erosão da camada superior do solo, o desflorestamento tropical, o crescimento exponencial da população”. (p.22)
A ignorância – ou analfabetismo científico como gosto de dizer – é a causa de nossa falta de conscientização com relação aos problemas ambientais e sociais que estamos vivendo. Com isto, não nos preocupamos (e consequentemente não lutamos) por uma efetiva mudança nas políticas públicas, por exemplo. E é nessa hora que, para mim, Chico Mendes é o grande exemplo. Seringueiro inteligente, usou conhecimentos científicos e os popularizou em favor da mudança e da preservação da Amazônia. O que aconteceu com ele? E o que nós fazemos para evitar que outros “Chicos e Chicas” da Amazônia tenham o mesmo destino?
Eis algo importante para nós, professores de ciências ou não pensarmos. Não defendo a idéia de que a Ciência salva, como bem é possível perceber do texto, penso que AS CIÊNCIAS são uma possibilidade de mudança, de crescimento e de transformação.
Carl Sagan – O Mundo assombrado pelos demônios - 3º reimpressão – São Paulo; Companhia de bolso – 2006.

Por que ler horóscopos?

Olá meus adoráveis Astroleitores!

Reservei um post simplesmente para fazer esta pergunta: Por que ler horóscopos?

É... Pelo menos uma vez durante sua vida você estava lá, sem fazer nada, e de repente, viu aquela revista de bobeira em cima de mesa ou no armário. Resolveu folheá-la. Quando percebe, está na seção "Astrologia" - Sua vida é o que está escrito aqui, não tem como mudar, aceite - (Estou sendo sarcástica).

Enfim...

Admito que POR DIVERSAS VEZES, eu li meu horóscopo. É uma coisa habitual, ou pelo menos, era.
Sempre lia o meu e o da minha mãe. Até que um dia, já há algum tempo, percebi que havia algo estranho...
Os escritores dos horóscopos usam um método muito "baixo" para nos revelar o futuro, ou, como eu prefiro dizer, nos enganar:
Eles simplesmente embaralham os horóscopos à cada edição mensal. Como descobri isso? O meu horóscopo era o mesmo da minha mãe, na edição seguinte.
COMO ASSIM?!
Isso mudou a minha vida, realmente. (Sarcasmo está reinando em mim hoje).

De qualquer forma...
Vou explicar o por que de NÃO ler horóscopos, com base num texto. Fui dar uma olhada no meu e-mail pelo Yahoo, e acabei entrando (por curiosidade) na seção Horóscopo. Fiquei totalmente revoltada e indignada com o artigo A Astrologia e Suas Interfaces

Basicamente, esse post diz que a astrologia é o que dá sentido à vida humana, que os planetas têm sentimentos e "vontades próprias" e que nós somos ligados ao Cosmos (no sentido espiritual). Para comentar sobre isso, vou deixar meus instintos Ateístas de lado; e partir para argumentos astronômicos e racionais.

Leiam o tal artigo citado acima, e descubra motivos para parar de ler horóscopo.
Sua vida não está limitada à um pedaço de papel sem lógica alguma, escrito por uma criatura sem quaisquer conhecimentos verídicos e guiado por uma doutrina/crença sem nenhuma fonte confiável.
Estamos sim conectados ao Universo, mas parcialmente. Nos estamos incluídos nele, não somos o seu centro. Somos apenas uma célula, em meio à bilhões e bilhões de células, num sistema muito complexo. Os planetas não possuem sentimentos e "vontades próprias", sabemos que eles são a junção de gases e poeira; base de praticamente tudo o que conhecemos até hoje.

Não vou ficar aqui citando diversas opiniões pessoais; demoraria uma vida. Só vou deixar esta pergunta "no ar" para que vocês pesquisem, nem que seja uma pesquisa rápida: revejam seus conceitos. Não quero que ninguém mude sua mente, sua opinião, apenas porque eu estou falando. Gostaria que vocês procurassem saber um pouco mais antes de qualquer conclusão. "O maior erro do ser humano é concluir sem saber o que está concluindo."


Na minha opinião, os horóscopos e a astrologia em si foram criadas por pessoas sem mínimos conhecimentos reais, apenas para "controlar as massas" (Assim como Deus, Buda, Alá, sejam lá o que for; mas aí entram meus instintos Ateístas; que vou deixar para outro post), compreendem? Assim... Se o seu horóscopo diz que sei lá, você vai conhecer alguém diferente. Se você for uma pessoa influenciável, automaticamente você vai ficar com isso em sua cabeça, e a primeira pessoa com quem você esbarrar SEM QUERER, AO ACASO, no mercado ou na rua, vai achar que é o tal "alguém diferente" do horóscopo.
Ou, se você for muito influenciável mesmo, e o seu horóscopo diz que algo ruim acontecerá com você; automaticamente TUDO o que acontecer de negativo contigo, como um pouco de café manchar sua camisa, quebrar um copo, um tombo, enfim; você vai achar que qualquer coisa do tipo é a tal "coisa ruim que aconteceria com você".
Está tudo no modo de agir do nosso cérebro, ele está meio "programado" para esse tipo de coisa: Ele recebe uma mensagem (no caso, o horóscopo) e consequentemente, conclui que aquilo deve acontecer de qualquer modo. Tudo depende se você vai deixar seu cérebro ser enganado por essa bobeira. É simples: Não leia mais horóscopos. Deixe essa "antenação" de lado, não deixe que isso mude seu dia, ou defina o resto da sua vida :)

E por favor, não confundam Astronomia com astrologia; são coisas completamente e totalmente diferentes. Eu não gosto muito quando confundem, me sinto inferiorizada; todos somos humanos e temos o direito de errar, mas persistir no erro é burrice.

Bom... pensem nisso! Espero ter abrido os seus olhos ou dado o primeiro passo para isso.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Parabéns 'atrasadão', Netuno!

Olá!

Outro que faz aniversário em Agosto é o planeta Netuno...

Dia 12 de Agosto (terça-feira), o mais distante planeta do Sistema Solar fez aniversário de Descobrimento. 
Como Netuno leva quase 165 anos para dar sua volta ao redor do Sol, só se passou 1 ano netuniano desde sua descoberta.

Netuno leva quase 165 anos para completar uma volta em torno do Sol; acima, imagens do planeta gasoso

Para comemorar, a Nasa divulgou fotos do planeta, tirada pelo telescópio espacial Hubble.

Sentiram minha falta? :) (1 ANO DE PdA!!!)

Olá meus queridíssimos AstroLeitores!

Fiquei um bom tempo ausente do Blog, e novamente peço desculpas à vocês. Minha vida está um tanto quanto complicada... Antes eu me distraía olhando pro céu, admirando minhas eternas e  melhores amigas - A Lua e as estrelas - que sempre me consolam. Mas, sem perceber, eu cresci; não posso viajar para esse meu mundo lindo e incrível sempre que quero, agora tenho algumas responsabilidades, tenho que ser forte pela minha família, tenho que me concentrar em certas coisas importantes para o meu futuro. Por favor, espero que entendam os períodos que fico 'longe de vocês' :D

Como sempre, vou tentar atualizar as notícias mais relevantes. Se vocês souberem de algo que perdi (algum fato, fenômeno ou qualquer evento astronômico que tenha ocorrido), por favor, me avisem!

Por último, gostaria de compartilhar minha enorme felicidade... Dia 06 de Agosto, o Princípios da Astronomia (PdA) completou 1 aninho de existência! Pode não parecer importante para muita gente, mas para mim, foi um grande passo; quem acompanha o Blog à bastante tempo sabe o quanto eu amo Astronomia e o quanto eu me esforço para repassar informações e conhecimentos...
E eu só tenho que agradecer à vocês, por todas as dicas, o apoio, os estímulos, as críticas, os elogios... Tudo!
MUITO OBRIGADO! 
Espero comemorar muitos e muitos anos de 'vida' do Blog, junto de vocês ♥

Abraços, Thainá Mocelin.


domingo, 24 de julho de 2011

Delta Aquarídeos Austrais

Estamos no período de atividade do chuveiro Delta Aquarídeos, que vai desde 12 de Julho a 23 de Agosto, onde o pico se encontra entre os dias 28 e 30 de Julho. Denominada uma chuva de atividade moderada, com apenas algumas dezenas de meteoros por hora. Na imagem abaixo é possível observar a constelação de Aquário logo ao nascer. Aí se encontra o radiante do chuveiro. Portanto, todos os meteoros que se mostram vindo daquela direção fazem parte desta chuva. Outros vindos de outros pontos são considerados esporádicos ou até mesmo lixo espacial.
Clique para Ampliar


Assim como já comentado em postagens anteriores sobre o assunto, aconselha-se um lugar totalmente retirado dos grande centros, de preferencia uma clareira no alto de um morro com visualização total do céu.

Também para o dia 29-30 de Julho e esperada a Chuva Capriconídeos, com velocidades bem inferiores, 15Km/s contra 25Km/s dos Aquarídeos, ambos com coloração amarelada. A constelação de Capricórnio fica alguns graus acima de Aquário, fazendo que as condições de observação sejam iguais.


FONTE: http://oastronomo.blogspot.com/2011/07/delta-aquarideos-austrais.html#ixzz1T45s2RG1

sábado, 23 de julho de 2011

Re-blogando: Da Terra Para as Estrelas.

Na busca incessante por atualizações importantes e de confiança, achei mais um Post bacana, desta vez no Blog Da Terra para as Estrelas, do meu amigo Otávio.
Tinha muita gente postando sobre o mesmo assunto, mas o Post dele foi, sem dúvida, o mais coerente, ao meu dizer.
Vou re-blogar, e deixar o endereço do Blog do Otávio para vocês visitarem e seguirem:

Agora acabou. Pela última vez, um ônibus espacial da Nasa fez seu pouso no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, às 6h56 (horário de Brasília). A partir de hoje, os Estados Unidos não possuem um programa espacial tripulado até um período de tempo indeterminado.
O programa dos onibus espaciais teve um final merecido, foram 30 anos que cativaram o mundo. Eles mereciam um final assim, e não sendo sucatiados cada vez mais. Agora a NASA vai se dedicar a viagens tripuladas além da nossa órbita (para a Lua e Marte) e a iniciativa privada levará pessoas para a órbita.Leia a notícia e veja o vídeo no site da Globo G1.Abaixo uma ótima entrevista da revista Veja com um especialista e ex-astronauta sobre o futuro da NASA. Veja a página da NASA sobre a última missão de um onibus espacialLeia a reportagem dos principais jornais e revistas do Brasil e do mundo: portal G1, jornal Estado de S. Paulo, jornal Folha de S. Paulo, o jornal americano The New york Times.Veja o que melhorou na sua vida com os onibus espaciais. Veja vídeos e reportagens do acidentes com o Challenger e o Columbia.A exploração do universo por meio de sondas e robôs não vai pararcom o fim dos ônibus espaciais. O problema é a exploração espacial humana. Há um clima de incerteza nunca antes percebido na Nasa. Falta um grande objetivo capaz de inspirar os engenheiros da agência para o desenvolvimento da próxima geração de transporte espacial de seres humanos. Até agora, as propostas das empresas privadas e da própria Nasa giram basicamente em torno das cápsulas, sistema utilizado pelo homem há 50 anos. A Nasa está andando para trás. É o que pensa Anthony England, ex-astronauta e professor de engenharia da Universidade de Michigan. O engenheiro entrou para a Nasa em 1967. Aos 29 anos, trabalhou na missão Apollo 16 (o quinto pouso na Lua) a partir do centro de comando terrestre, passando instruções para os astronautas no satélite natural. Além disso, voou no ônibus espacial Challenger em 1985 como especialista senior.
England teve o privilégio de acompanhar o nascimento e o fim de um dos programas mais ousados e bem sucedidos da história espacial mundial - o Apollo, que levou o homem à Lua - e fez parte do nascimento de uma nova era de transporte tripulado ao espaço, os ônibus espaciais. England deixou a agência em 1988. Com o pouso final do Atlantis, nesta quinta-feira, vai demorar alguns anos até que uma nave americana tripulada entre na órbita da Terra. Até lá, os americanos terão de engolir seco e fazer algo que não estão acostumados: depender exclusivamente dos russos para chegar à Estação Espacial Internacional. Apesar de estar em uma posição frágil, a Nasa afirma que está tudo bem e que o momento vivido é parecido com o fim do programa Apollo. Mas não é bem assim. Com discurso alarmado, mas ainda assim otimista, England explica ao site de VEJA por que o fim dos ônibus espaciais representa a maior crise vivida pela Nasa desde sua criação - e conta como ela pode dar a volta por cima.Há quem diga que o hiato criado pelo fim dos ônibus espaciais possa ser comparado com o período que se seguiu ao fim do programa Apollo. O senhor concorda? Depois do último voo da Apollo, passamos um tempo sem colocar pessoas no espaço, mas todo mundo tinha muito o que fazer. Havia um senso de missão, de propósito. Tínhamos de construir os ônibus espaciais. As pessoas trabalhavam 70 horas por semana, era muito intenso. Agora, a indústria privada está desenvolvendo sistemas, mas nem os engenheiros nem os astronautas da Nasa têm envolvimento com a construção dessas naves. Não é algo que estamos controlando diretamente, é algo externo. O que se vive hoje é uma sensação de incerteza. Não sabemos quando e qual será a próxima grande missão. É frustrante.Houve algum período mais incerto vivido pela Nasa desde sua criação? Não. Já passamos por momentos difíceis, como antes da missão Apollo, durante a década de 1960. Havia um sentimento de que o programa espacial era inútil. Naquele tempo, nós, astronautas, saíamos para dar palestras divulgando o que fazíamos. Algumas pessoas diziam que o programa espacial era "brinquedo de homem branco". Foram tempos difíceis. No fundo, os ônibus espaciais acabaram pela mesma insatisfação daquele tempo: a cada ano as pessoas se perguntam por que a Nasa gasta tanto dinheiro, e ela precisa prometer mais resultados gastando menos. Mas nunca tínhamos visto um tempo como o atual, em que não está claro de forma alguma o que estamos tentando fazer. É tudo tão vago...O que significa o fim do programa de ônibus espaciais para os EUA, objetivamente e simbolicamente falando? Acho que é um bom momento para repensar qual é a função da Nasa. Dentre todos os fundamentos que definiram a agência em 1958, o mais marcante é o que dita a efetividade e a eficiência da Nasa. Perdemos essa noção com uma série de decisões erradas que tomamos no passado, como, por exemplo, o programa Constellation, em 2005, que previa levar o homem novamente à Lua, construir uma base lunar e, a partir dela, ir a Marte. Por que o Constellation foi uma decisão errada? Poderíamos estar desenvolvendo a próxima geração de veículos reutilizáveis agora, se não tivéssemos nos concentrado em fazer algo que já havíamos feito há 50 anos. Poderíamos ter feito parcerias com a indústria privada, assim como os militares fazem para o desenvolvimento de caças, e estar pesquisando formas inovadoras de ir além dos ônibus espaciais. Por causa dessa decisão, perdemos tempo. Agora, estamos discutindo tecnologias de foguete - cápsulas, sistemas de propulsão e assim por diante - que já existem há muito tempo. Em vez de estarmos promovendo um acesso cada vez mais fácil ao espaço, estamos andando para trás, para tecnologias anteriores, que dificultam o acesso de pessoas ao espaço.Por que essas tecnologias dificultam o acesso ao espaço? A ideia dos ônibus espaciais é muito boa: veículos reutilizáveis e acessíveis para segmentos mais amplos da sociedade. Para voar em um ônibus espacial não é necessário ser um astronauta de carreira. A pessoa precisa de alguns meses de preparo e está pronta para voar. Um sistema de cápsulas que entram na Terra e caem no oceano é bem mais hostil. É necessário que o astronauta passe muito tempo treinando em ambientes extremos, use trajes especiais e esteja em perfeita forma. Isso não é acesso fácil ao espaço.Como a Nasa deveria estar conduzindo o programa de voos tripulados ao espaço? Temos que começar a responder perguntas básicas sobre o voo espacial tripulado e desenvolver missões que atendam essas necessidades. O que é mais importante no voo espacial tripulado? Certamente não é o lado científico, uma vez que os robôs fazem essa parte muito melhor do que nós. A verdadeira questão se repousa em uma simples pergunta: os seres humanos têm futuro além dos confins da Terra? É a eterna questão de "para onde vamos". Se vamos expandir nossa espécie além do planeta que nos gerou, o que precisamos saber para fazer com que isso aconteça?Essa é uma boa pergunta... Precisamos saber se os humanos conseguem se adaptar ou se conseguimos diminuir os efeitos da microgravidade em missões de longa duração. Além disso, temos que entender como vamos lidar com ambientes de alta radiação no espaço profundo por muito tempo. A única forma de responder a essas perguntas é criar um desafio que nos obrigue a pesquisar essas coisas - ir a Marte, por exemplo. O objetivo de chegar ao planeta vermelho começa a responder perguntas básicas como: os seres humanos têm propósito além do ambiente terrestre?O que falta à Nasa neste momento em que o voo espacial tripulado americano entrará em um hiato de, pelo menos, cinco anos? Uma boa ideia e foco. O programa Constellation foi uma tentativa de dar foco, mas foi uma má ideia. Traçou um objetivo já alcançado, utilizando uma tecnologia que desenvolvemos há 50 anos em um prazo exorbitante, incapaz de atrair o compromisso de longo prazo dos governos. Os ônibus espaciais foram uma ótima ideia, mas utilizá-los por 30 anos nos custou caro demais. Todo o dinheiro que a Nasa deveria ter usado para pesquisar e desenvolver a próxima geração de veículos reutilizáveis foi sugado por eles. Ficamos presos a um programa que, a cada ano, precisava de mais dinheiro para fazer a mesma coisa repetidamente, sem qualquer inovação para o sistema de transportes espaciais. Construímos a Estação Espacial Internacional (ISS), mas não há nada de muito novo lá em cima. E a tecnologia dos ônibus espaciais só trouxe realmente três inovações: novos motores, sistema de proteção de calor e o sistema de controle dinâmico de voo. O resto é tecnologia da geração anterior.A partir de agora, os EUA dependem da Rússia para transportar astronautas até a ISS. O que significa para os americanos ter que contratar o serviço de outro país para colocar pessoas no espaço?Não acho que seja uma alternativa insegura. Os russos têm um programa espacial confiável e já provaram a segurança do sistema Soyuz. Contudo, essa situação de dependência nos dá uma sensação de que nosso papel no programa espacial mundial é fraco. É uma posição frágil. Implica falta de compromisso e planejamento.É possível colocar a culpa em alguém para esse clima de incerteza? O sistema político americano não é o melhor para configurar objetivos de longo prazo. A maioria no Congresso troca de lado de dois em dois anos, e qualquer coisa que a Nasa planeja dura muito mais do que isso. Precisamos de compromisso para cumprir missões definidas dentro de um orçamento e de garantias de que o dinheiro estará lá quando precisarmos dele. Foi o contrário do que aconteceu com o Constellation: definiu-se um programa que não conseguiríamos pagar e na troca de gestão ele foi cancelado.A administração Obama agiu corretamente ao cancelar o programa Constellation? Sim. Os primeiros passos foram dados corretamente, ou seja, criou-se o conceito de irmos até asteroides e Marte. O problema é que não saímos disso. Não temos um planejamento de verdade, com metas e orçamento definido, muito menos a concordância de que o orçamento é razoável, de que a agênda é razoável e assim por diante. O presidente Obama agiu corretamente ao cancelar a base lunar, mas não demos o passo seguinte.A Nasa anunciou que irá reaproveitar o projeto do veículo espacial do programa Constellation - a cápsula Orion - para substituir os ônibus espaciais e levar tripulações ao espaço profundo, como Marte. Não seria um passo seguinte?Se a ideia é ir até Marte e voltar para a Terra em uma inserção direta, talvez uma cápsula que caia no mar seja uma boa ideia. Contudo, o projeto Orion foi focado em uma base lunar, e isso não é o próximo passo. As peças para a construção de uma cápsula em um projeto para levar o homem à Lua não estão no caminho certo para nos levar à próxima geração de transporte espacial. A conclusão da construção da base lunar estava tão longe no futuro que os cientistas nem tinham que pensar na próxima geração de transportes para chegar até Marte. Como o mesmo sistema poderia ser utilizado para chegar ao planeta vermelho se não foi desenvolvido para isso? Eu não saberia dizer. A China planeja construir uma estação espacial sozinha. O senhor acha que a iniciativa chinesa vai estimular os americanos a traçarem objetivos mais ousados? Espero que sim. Para ser um líder mundial você tem que jogar nessa arena. Não se pode ficar parado 50 anos esperando que os outros te alcancem. Eu gostaria que as nações conseguissem trabalhar mais unidas nos projetos internacionais. O espaço profundo pede cooperação entre os países. Os 100 bilhões de dólares utilizados para a construção da Estação Espacial Internacional foram bem gastos? Existe muito potencial ainda a ser explorado na ISS. Alguns experimentos projetados para a estação não foram feitos, como o cultivo de plantas em ambientes de microgravidade, sistemas de centrífugas para a simulação de gravidade no espaço e o sistema para o suporte de vida. Ela ainda não é um posto avançado para o lançamento de naves a partir dela. O dinheiro foi todo consumido na construção. Se ela não tiver nenhuma utilidade, será um péssimo investimento.
Como a Nasa pode superar essa crise? Já passamos por períodos desencorajantes antes. Passamos por altos e baixos e esquecemos a sensação de frustração e o processo de superação. Às vezes é difícil acreditar que teremos outra época em que estaremos em alta, mas somos perfeitamente capazes de dar a volta por cima. Para isso, porém, os governantes precisam decidir qual é o papel do governo, se desejam que os Estados Unidos permaneçam na posição de liderança na pesquisa aeroespacial e se vale a pena investir o dinheiro do contribuinte em projetos que podem trazer benefícios para toda a humanidade. 
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