quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Teorias e riscos acerca da expansão do Universo

Olá Astroleitores!

Reservei esse post exclusivamente para tirar uma dúvida vinda do astroleitor Leonardo Comerlatto e falar sobre esse assunto que eu nunca comentara aqui no blog tão especificamente.
Pergunta: "Existe algum risco em relação a expansão do Universo?"

Bem... que o Universo está em expansão nós já sabemos. Na verdade, ele sempre esteve, mas só descobrimos isso há mais ou menos um século, pois até então o processo era lentíssimo, imperceptível. A expansão do Universo é uma consequência do Big Bang, a grande explosão que originou o Cosmos; logo, o Universo expande-se desde que surgiu, porém nos últimos tempos essa "inflação" tem ocorrido em ritmo bem mais acelerado e aparente.

www.inovacaotecnologica.com.br
Ano passado, três cientistas ganharam o Prêmio Nobel de Física com seus estudos sobre a expansão do Universo, adquiridos com observações constantes de Supernovas. As estrelas explodem quando chegam ao final de sua vida, e baseados nessas explosões, afirmaram que o Universo está inflando cada vez mais rápido; pois a luz emitida pelas supernovas está cada vez mais distante de nós.
Estes cientistas também apresentaram riscos que o Universo corre se continuar crescendo: o "Big Rip", grande rasgo, em inglês, um tipo de morte cósmica onde galáxias, estrelas e até os próprios átomos seriam dilacerados; ou um tipo de "nova era glacial": O Universo se inflaria tanto, tanto, que ficaria "distante" das fontes de luz e energia, tais fontes se dispersariam e um frio intenso e rigoroso tomaria conta de toda a imensidão.

Mas, de acordo com um grupo de cientistas brasileiros, essa teoria é um bocado exagerada. Seus estudos indicam que a expansão começará a frear daqui aproximadamente 6 bilhões de anos, e o fim catastrófico sugerido pelos cientistas norte-americanos seria substituído por um fim lento e tranquilo.
O que refuta a teoria do suposto fim catastrófico é imaginar que o Universo se expandirá para sempre. "Se isso acontecer, você acaba tendo um horizonte de eventos futuros, previsíveis, ou mesmo uma singularidade", diz Alcaniz.
"Singularidade" refere-se a uma situação em que as leis do cosmos simplesmente não valem mais - na singularidade de um buraco negro, por exemplo, a gravidade e a pressão seriam infinitas. A maioria dos físicos rejeita a existência da singularidade, pois se tudo no mundo real fosse determinado, infinito, irrefutável, inquestionável, o Universo não faria mais sentido.
Em particular, a chamada teoria das cordas - hoje a principal candidata a explicar todos os fenômenos cósmicos de maneira coerente - não poderia ser formulada se a expansão desenfreada do Universo realmente desembocasse num horizonte de eventos.
Alcaniz e seus colegas escaparam do dilema conciliando as observações sobre a expansão com o conceito de campo escalar. O lado interessante do campo escalar é que ele é dinâmico, "evolui ao longo do tempo e do espaço na histórica cósmica", explica o pesquisador.
"Nesse contexto, a expansão teria sido desacelerada no passado, teria começado a acelerar há 5 bilhões de anos e, daqui a 6 bilhões de anos, pararia de acelerar de novo", diz ele.


galileu.globo.com
"Daqui a alguns poucos anos, é possível que nós já tenhamos dados para descartar ou confirmar essa proposta. Para isso, ainda é preciso melhorar a precisão das medições de fenômenos como as explosões de supernovas, a radiação cósmica de fundo (o "eco" da explosão que criou o Universo) e a estrutura dos aglomerados de galáxias", afirma o cosmólogo Jailson Alcaniz, coordenador do estudo.
A explicação para o processo de expansão foi proposta com base na existência de energia escura, que exerceria força contrária a da gravidade e ao invés de atrair, afastaria as coisas. 
Dessa forma, o risco de um "Big Rip" seria afastado. Ao invés de ser feito em pedacinhos no fim de sua história, o Universo continuaria a se expandir, mas num ritmo cada vez mais lento, tornando-se, pouco a pouco, mais rarefeito e mais frio e morrendo suavemente.

"É um final como o que imaginávamos antigamente para o cosmos", resume Alcaniz.

Hoje, tanto o modelo do "Big Rip" quanto o do grupo podem explicar as observações astronômicas. Só medições mais precisas é que poderão mostrar quem está com a razão.



sábado, 15 de dezembro de 2012

A quem pertence a água do planeta Terra?

Aqui estou eu, de novo!!!

No último post eu dei uma pequena introdução nesse assunto.
O título da postagem até parece brincadeira, né? Como assim "a quem pertence a água do planeta Terra"?
Pois é... as consequências das ações humanas já estão se despindo, bem na nossa frente, sem pudor nem piedade, ainda mais nitidamente no que se refere à água.


"Muitos conflitos têm acontecido ao longo da história da humanidade devido a disputas de poder e domínio sobre territórios, rotas comerciais, regiões produtivas, conquistas espaciais... Segundo especialistas, o conflito do futuro será pelo domínio da água potável do planeta. A questão da água já é fonte de discórdia entre países como Israel e Palestina."

cnpma.embrapa.br
 Nas últimas aulas de geografia do ano, estudamos sobre a ação humana no planeta e suas consequências. O professor passou um vídeo sobre os aquíferos, reservas subterrâneas de água. O Aquífero Alter do Chão localiza-se inteiramente em território brasileiro e o maior aquífero do planeta, o Aquífero Guarani, localiza-se nos territórios do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai
"Menos de 1% da água doce disponível no mundo provém de fontes renováveis. Uma parte considerável dessa porcentagem está sob os pés de brasileiros, argentinos, paraguaios e uruguaios. Na região que engloba o centro-sul do Brasil, o nordeste argentino, o Paraguai e o Uruguai, localiza-se o Aquífero Guarani, um gigantesco manancial de bilhões de litros de águas subterrâneas ainda pouco aproveitado. Ainda não se sabe com exatidão quanto desses recursos pode ser explorado e de que forma, mas já há polêmica em relação ao assunto. Ambientalistas preocupam-se com a sustentabilidade do aquífero e com a soberania em relação a ele, enquanto os recursos já estão sendo utilizados nos quatro países."
http://www.uniagua.org.br/website/default.asp?tp=3&pag=aquifero.htm#aquifero2

Essa preocupação é justificada pela importância estratégica da água na atualidade. O consumo de água no planeta está aumentando enquanto as fontes estão secando. Outra preocupação é a presença estrangeira (...) Já existe um batalhão do exército dos EUA na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, que faz fotos do Aquífero atualizadas a cada minuto, o que lhes permite saber mais a respeito do mesmo do que os países sob os quais ele se encontra.
FONTE: http://diaadiaeducacao.pr.gov.br

www2.uol.com.br

Pensando sobre esse assunto, eu passei a questionar a mentalidade do Homem:
Se o ser humano sabe, tem conhecimento sobre um provável conflito mundial por causa da falta de água e nada faz para evitá-lo, seria mesmo o homem um animal racional? Como eu já disse, as consequências estão se despindo na nossa frente e ao invés de buscar resolver o problema da forma mais lógica - que é usar os recursos de forma sustentável - já estamos pensando num provável conflito pela posse dos recursos "que sobrarem"? 

Enfim, algo para refletir :)

Visitinhas... à Lua

Oi de novo...
Muitos jornais comentaram essa notícia, e por ser tão relevante assim, decidi postar também.

A Lua está logo ali, na esquina, de acordo com as dimensões astronômicas. 
 "Um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade" :)

Ex-responsáveis da agência espacial americana Nasa anunciaram nesta quinta-feira (6) a criação da primeira empresa privada cujo principal objetivo é vender voos para a Lua. "A Golden Spike é a primeira companhia que prevê oferecer expedições regulares de exploração sobre a superfície da Lua até o final da década", diz um comunicado da empresa.A companhia aposta na adoção de naves espaciais do setor privado, que reduziriam significativamente o custo dos voos comerciais com destino à Lua, explica o anúncio realizado na véspera do 40º aniversário da última missão lunar, a Apolo 17.Um voo de ida e volta para dois passageiros colocando o pé na Lua teria o custo de US$ 1,5 bilhão."O objetivo da Golden Spike é otimizar os ônibus espaciais já existentes para vender o sistema a países, pessoas ou empresas cujos objetivos e ambições sejam explorar a Lua". A Golden Spike foi criada por pesos pesados da área espacial: Alan Stern, ex-vice-diretor científico da Nasa, e Gerry Griffin, ex-diretor de voos do programa Apolo e do Johnson Space Center, em Houston.

Site da Golden Spike anuncia que está procurando parceiros para explorar a Lua. (Foto: Reprodução / Site da Golden Spike)
(Foto: Reprodução / Site da Golden Spike)



Eu acredito que a exploração espacial é muito interessante e importante para adquirirmos conhecimento acerca do Universo em que vivemos, mas tenho de admitir que não apoio muito esse "negócio". É uma ideia bacana, mas começa com umas visitinhas ali e acolá e quando nos dermos conta, a Lua que conhecemos - bela, lírica, inspiradora, apaixonante... - não existirá mais. É uma preocupação particular que tenho em relação à intromissão do Homem no Universo, não é algo natural, e pode ser resultar numa degradação terrível dos recursos; da Lua, de Marte ou de qualquer outro território em que o ser humano pisar e conquistar. É da natureza humana querer tomar para si, possuir, mas a situação é bem diferente quando se trata de luas, planetas, etc. Digo isso tendo como base a disputa por água no futuro - futuro este que já está se apresentando em alguns lugares do mundo - já estão em andamento muitos discussões sobre "a quem pertence a água do planeta" (tema do próximo post). Essa frase parece absurda, mas é a nossa realidade. E temo que dessa mesma forma se prossiga a exploração espacial. 
Claro que ainda é cedo para criar expectativas otimistas ou pessimistas, mas é bom pensarmos nisso, no futuro que estamos criando para nós mesmos. Espero que minhas preocupações não passem de pensamentos negativos e que não se concretizem. 
Se o Homem souber explorar essa ideia inteligentemente, o resultado será interessantíssimo!

E aí, alguém quer rachar 1 bilhão e meio comigo? Hahaha...

Planeta natal de Superman localizado no mundo real


Olá caros Astroleitores :D

Ontem, quando entrei na home do blogger, bati o olho num post que me interessou bastante, vindo lá do blog Da Terra Para as Estrelas, do meu colega Otávio Jardim Ângelo. 
Minha vontade era ter replicado essa noticia ontem mesmo, mas como estava blogando pelo celular e o navegador não era compatível e bla bla bla, não foi possível. Então, hoje o farei (:

A maioria das pessoas, mesmo as que nunca leram os quadrinhos, sabe ou ouviu falar da história do Super-Homem. Ele foi enviado à Terra ainda bebê quando seu planeta, Krypton, explodiu. Nunca foi determinado onde Krypton "se localizava", portanto cada autor se permitia contar uma versão sem contradizer nenhuma determinação, digamos, universal.
Em novembro foi publicado uma história em que revela onde fica (ou ficava) Krypton: na constelação de Corvo. (ilustração: DC Comics)
 Isso, porém, mudou no último dia 7 de novembro quando a DC Comics publicou uma edição onde, no final da publicação, uma história de 8 páginas revelava a localização de Krypton:  na constelação do Corvo, orbitando a estrela LHS 2520 a 27,1 anos-luz  de distância da Terra.

Quem pesquisou e escolheu a candidata mais provável para ser o sol vermelho de Krypton foi Neil DeGrasse Tyson (que está regravando Cosmos). O astrônomo reuniu as informações dadas pelas histórias em quadrinhos e, assim, pôde deduzir a localização.

Para saber mais, acesse:

domingo, 2 de dezembro de 2012

Brasil, Espanha e o enigma da matéria escura

Buenas!!!

Há quase 80 anos algo intriga e fascina cientistas de todo o mundo; algo que não se vê, não se define, mas que constitui 80% do Universo. A matéria escura (agora denominada "matéria faltante") foi descoberta em 1933 pelo suíço Fritz Zwicky, que percebeu que a velocidade com que as galáxias se "moviam" era incompatível com suas massas, ou seja, a velocidade era muito mais alta do que sua massa poderia suportar. De acordo com as leis da física, nessa velocidade, as galáxias se "despedaçariam" e sairiam voando por aí, como um carro de corrida que se despedaça e sai voando da pista por correr rápido demais. A única força capaz de impedir que isso aconteça é a gravidade, e a gravidade depende da massa do objeto em questão. O problema é que a massa das galáxias não chega nem perto da quantidade suficiente para que haja a atração gravitacional necessária para evitar que elas "escapem". Há alguma coisa segurando-as além da gravidade:

 A matéria escura.

Existem duas possibilidades: ou a matéria escura realmente existe e as leis da física estão corretas, ou a matéria escura não existe e as leis da física precisam ser reavaliadas. O fato é que existe algo invisível lá fora mantendo as coisas no lugar.
Este é um assunto bem complexo, um dos maiores mistérios científicos de todos os tempos; e o Brasil e a Espanha estão dispostos a desvendá-lo. Os dois países uniram forças e construíram um observatório exclusivo para a missão. O Observatório Astronômico de Javalambre está quase completo, faltam apenas duas peças (as mais importantes):  o telescópio T250 e a câmera J-PCAM, que foi projetada e está sendo construída no Brasil, sendo a principal colaboração do país no projeto. A câmera só ficará pronta em 2014, mas o Observatório começará a operar em 2013.







A partir de 2015 o observatório dará início ao seu maior projeto de pesquisa:  o Levantamento Astronômico de Javalambre sobre a Física da Aceleração do Universo (J-PAS em inglês), onde será produzido um mapa  3D do céu com todos os objetos espaciais influenciados pela matéria escura. O J-PAS não conseguirá definir o que exatamente compõe essa matéria, mas com certeza vai descobrir algumas de suas propriedades e influências no Universo mais detalhadamente.
Se Espanha e Brasil desvendarem o enigma da matéria escura, certamente serão fortes candidatos ao Prêmio Nobel. Talvez não o desvendem completamente, mas chegarão bem perto disso, e obviamente descartarão muitas teorias que circulam por aí.
Enfim, a Ciência só tem a ganhar :)

sábado, 1 de dezembro de 2012

Um Estranho Numa Terra Estranha, de Robert A. Heinlein

Olá!!! Quanto tempo, hein Astroleitores?!

Pois é... Meu modem simplesmente pifou e, enfim, só hoje instalei um novo :D
Antes de colocar o blog em dia com as notícias, acontecimentos e etc., gostaria de lhes recomendar um livro. Como eu estava sem internet, tive de me ocupar com outra coisa e a leitura acabou sendo minha melhor amiga (sempre foi, aliás, mas nos últimos meses virou praticamente um vício). A versão que eu emprestei tem +/- 500 páginas e eu devorei li em dois dias, rs.

O livro Um Estranho Numa Terra Estranha é uma história que se passa no futuro e o ponto de partida dela é uma expedição à Marte onde os tripulantes são 3 casais... casados. Uma das tripulantes engravida de um colega e não de seu marido, esse filho é "deixado" em Marte e, logo, é criado como um marciano. Anos mais tarde outra expedição é realizada e esse "homem de Marte" é trazido ao seu devido planeta, a Terra. Michael Smith, como foi batizado, precisa aprender à ser um humano, mas acaba ensinando os humanos à serem marcianos. Ao longo da história de Mike vários conceitos são expostos, tanto os humanos como os supostos conceitos marcianos ensinados pelo homem de Marte.

O autor Robert A. Heinlein é um dos maiores ícones da ficção científica moderna e sua maior característica é o dom de arranhar o ego da sociedade, colocando em dúvida os princípios dos Homens e fazendo o leitor pensar por si mesmo acerca de tudo isso.

Não tenho como dar muitas descrições pois cada um tem seu ponto de vista e, de qualquer forma, leiam "Um Estranho Numa Terra Estranha" e tirem suas próprias conclusões, vale muito a pena! :)


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