domingo, 24 de julho de 2011

Delta Aquarídeos Austrais

Estamos no período de atividade do chuveiro Delta Aquarídeos, que vai desde 12 de Julho a 23 de Agosto, onde o pico se encontra entre os dias 28 e 30 de Julho. Denominada uma chuva de atividade moderada, com apenas algumas dezenas de meteoros por hora. Na imagem abaixo é possível observar a constelação de Aquário logo ao nascer. Aí se encontra o radiante do chuveiro. Portanto, todos os meteoros que se mostram vindo daquela direção fazem parte desta chuva. Outros vindos de outros pontos são considerados esporádicos ou até mesmo lixo espacial.
Clique para Ampliar


Assim como já comentado em postagens anteriores sobre o assunto, aconselha-se um lugar totalmente retirado dos grande centros, de preferencia uma clareira no alto de um morro com visualização total do céu.

Também para o dia 29-30 de Julho e esperada a Chuva Capriconídeos, com velocidades bem inferiores, 15Km/s contra 25Km/s dos Aquarídeos, ambos com coloração amarelada. A constelação de Capricórnio fica alguns graus acima de Aquário, fazendo que as condições de observação sejam iguais.


FONTE: http://oastronomo.blogspot.com/2011/07/delta-aquarideos-austrais.html#ixzz1T45s2RG1

sábado, 23 de julho de 2011

Re-blogando: Da Terra Para as Estrelas.

Na busca incessante por atualizações importantes e de confiança, achei mais um Post bacana, desta vez no Blog Da Terra para as Estrelas, do meu amigo Otávio.
Tinha muita gente postando sobre o mesmo assunto, mas o Post dele foi, sem dúvida, o mais coerente, ao meu dizer.
Vou re-blogar, e deixar o endereço do Blog do Otávio para vocês visitarem e seguirem:

Agora acabou. Pela última vez, um ônibus espacial da Nasa fez seu pouso no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, às 6h56 (horário de Brasília). A partir de hoje, os Estados Unidos não possuem um programa espacial tripulado até um período de tempo indeterminado.
O programa dos onibus espaciais teve um final merecido, foram 30 anos que cativaram o mundo. Eles mereciam um final assim, e não sendo sucatiados cada vez mais. Agora a NASA vai se dedicar a viagens tripuladas além da nossa órbita (para a Lua e Marte) e a iniciativa privada levará pessoas para a órbita.Leia a notícia e veja o vídeo no site da Globo G1.Abaixo uma ótima entrevista da revista Veja com um especialista e ex-astronauta sobre o futuro da NASA. Veja a página da NASA sobre a última missão de um onibus espacialLeia a reportagem dos principais jornais e revistas do Brasil e do mundo: portal G1, jornal Estado de S. Paulo, jornal Folha de S. Paulo, o jornal americano The New york Times.Veja o que melhorou na sua vida com os onibus espaciais. Veja vídeos e reportagens do acidentes com o Challenger e o Columbia.A exploração do universo por meio de sondas e robôs não vai pararcom o fim dos ônibus espaciais. O problema é a exploração espacial humana. Há um clima de incerteza nunca antes percebido na Nasa. Falta um grande objetivo capaz de inspirar os engenheiros da agência para o desenvolvimento da próxima geração de transporte espacial de seres humanos. Até agora, as propostas das empresas privadas e da própria Nasa giram basicamente em torno das cápsulas, sistema utilizado pelo homem há 50 anos. A Nasa está andando para trás. É o que pensa Anthony England, ex-astronauta e professor de engenharia da Universidade de Michigan. O engenheiro entrou para a Nasa em 1967. Aos 29 anos, trabalhou na missão Apollo 16 (o quinto pouso na Lua) a partir do centro de comando terrestre, passando instruções para os astronautas no satélite natural. Além disso, voou no ônibus espacial Challenger em 1985 como especialista senior.
England teve o privilégio de acompanhar o nascimento e o fim de um dos programas mais ousados e bem sucedidos da história espacial mundial - o Apollo, que levou o homem à Lua - e fez parte do nascimento de uma nova era de transporte tripulado ao espaço, os ônibus espaciais. England deixou a agência em 1988. Com o pouso final do Atlantis, nesta quinta-feira, vai demorar alguns anos até que uma nave americana tripulada entre na órbita da Terra. Até lá, os americanos terão de engolir seco e fazer algo que não estão acostumados: depender exclusivamente dos russos para chegar à Estação Espacial Internacional. Apesar de estar em uma posição frágil, a Nasa afirma que está tudo bem e que o momento vivido é parecido com o fim do programa Apollo. Mas não é bem assim. Com discurso alarmado, mas ainda assim otimista, England explica ao site de VEJA por que o fim dos ônibus espaciais representa a maior crise vivida pela Nasa desde sua criação - e conta como ela pode dar a volta por cima.Há quem diga que o hiato criado pelo fim dos ônibus espaciais possa ser comparado com o período que se seguiu ao fim do programa Apollo. O senhor concorda? Depois do último voo da Apollo, passamos um tempo sem colocar pessoas no espaço, mas todo mundo tinha muito o que fazer. Havia um senso de missão, de propósito. Tínhamos de construir os ônibus espaciais. As pessoas trabalhavam 70 horas por semana, era muito intenso. Agora, a indústria privada está desenvolvendo sistemas, mas nem os engenheiros nem os astronautas da Nasa têm envolvimento com a construção dessas naves. Não é algo que estamos controlando diretamente, é algo externo. O que se vive hoje é uma sensação de incerteza. Não sabemos quando e qual será a próxima grande missão. É frustrante.Houve algum período mais incerto vivido pela Nasa desde sua criação? Não. Já passamos por momentos difíceis, como antes da missão Apollo, durante a década de 1960. Havia um sentimento de que o programa espacial era inútil. Naquele tempo, nós, astronautas, saíamos para dar palestras divulgando o que fazíamos. Algumas pessoas diziam que o programa espacial era "brinquedo de homem branco". Foram tempos difíceis. No fundo, os ônibus espaciais acabaram pela mesma insatisfação daquele tempo: a cada ano as pessoas se perguntam por que a Nasa gasta tanto dinheiro, e ela precisa prometer mais resultados gastando menos. Mas nunca tínhamos visto um tempo como o atual, em que não está claro de forma alguma o que estamos tentando fazer. É tudo tão vago...O que significa o fim do programa de ônibus espaciais para os EUA, objetivamente e simbolicamente falando? Acho que é um bom momento para repensar qual é a função da Nasa. Dentre todos os fundamentos que definiram a agência em 1958, o mais marcante é o que dita a efetividade e a eficiência da Nasa. Perdemos essa noção com uma série de decisões erradas que tomamos no passado, como, por exemplo, o programa Constellation, em 2005, que previa levar o homem novamente à Lua, construir uma base lunar e, a partir dela, ir a Marte. Por que o Constellation foi uma decisão errada? Poderíamos estar desenvolvendo a próxima geração de veículos reutilizáveis agora, se não tivéssemos nos concentrado em fazer algo que já havíamos feito há 50 anos. Poderíamos ter feito parcerias com a indústria privada, assim como os militares fazem para o desenvolvimento de caças, e estar pesquisando formas inovadoras de ir além dos ônibus espaciais. Por causa dessa decisão, perdemos tempo. Agora, estamos discutindo tecnologias de foguete - cápsulas, sistemas de propulsão e assim por diante - que já existem há muito tempo. Em vez de estarmos promovendo um acesso cada vez mais fácil ao espaço, estamos andando para trás, para tecnologias anteriores, que dificultam o acesso de pessoas ao espaço.Por que essas tecnologias dificultam o acesso ao espaço? A ideia dos ônibus espaciais é muito boa: veículos reutilizáveis e acessíveis para segmentos mais amplos da sociedade. Para voar em um ônibus espacial não é necessário ser um astronauta de carreira. A pessoa precisa de alguns meses de preparo e está pronta para voar. Um sistema de cápsulas que entram na Terra e caem no oceano é bem mais hostil. É necessário que o astronauta passe muito tempo treinando em ambientes extremos, use trajes especiais e esteja em perfeita forma. Isso não é acesso fácil ao espaço.Como a Nasa deveria estar conduzindo o programa de voos tripulados ao espaço? Temos que começar a responder perguntas básicas sobre o voo espacial tripulado e desenvolver missões que atendam essas necessidades. O que é mais importante no voo espacial tripulado? Certamente não é o lado científico, uma vez que os robôs fazem essa parte muito melhor do que nós. A verdadeira questão se repousa em uma simples pergunta: os seres humanos têm futuro além dos confins da Terra? É a eterna questão de "para onde vamos". Se vamos expandir nossa espécie além do planeta que nos gerou, o que precisamos saber para fazer com que isso aconteça?Essa é uma boa pergunta... Precisamos saber se os humanos conseguem se adaptar ou se conseguimos diminuir os efeitos da microgravidade em missões de longa duração. Além disso, temos que entender como vamos lidar com ambientes de alta radiação no espaço profundo por muito tempo. A única forma de responder a essas perguntas é criar um desafio que nos obrigue a pesquisar essas coisas - ir a Marte, por exemplo. O objetivo de chegar ao planeta vermelho começa a responder perguntas básicas como: os seres humanos têm propósito além do ambiente terrestre?O que falta à Nasa neste momento em que o voo espacial tripulado americano entrará em um hiato de, pelo menos, cinco anos? Uma boa ideia e foco. O programa Constellation foi uma tentativa de dar foco, mas foi uma má ideia. Traçou um objetivo já alcançado, utilizando uma tecnologia que desenvolvemos há 50 anos em um prazo exorbitante, incapaz de atrair o compromisso de longo prazo dos governos. Os ônibus espaciais foram uma ótima ideia, mas utilizá-los por 30 anos nos custou caro demais. Todo o dinheiro que a Nasa deveria ter usado para pesquisar e desenvolver a próxima geração de veículos reutilizáveis foi sugado por eles. Ficamos presos a um programa que, a cada ano, precisava de mais dinheiro para fazer a mesma coisa repetidamente, sem qualquer inovação para o sistema de transportes espaciais. Construímos a Estação Espacial Internacional (ISS), mas não há nada de muito novo lá em cima. E a tecnologia dos ônibus espaciais só trouxe realmente três inovações: novos motores, sistema de proteção de calor e o sistema de controle dinâmico de voo. O resto é tecnologia da geração anterior.A partir de agora, os EUA dependem da Rússia para transportar astronautas até a ISS. O que significa para os americanos ter que contratar o serviço de outro país para colocar pessoas no espaço?Não acho que seja uma alternativa insegura. Os russos têm um programa espacial confiável e já provaram a segurança do sistema Soyuz. Contudo, essa situação de dependência nos dá uma sensação de que nosso papel no programa espacial mundial é fraco. É uma posição frágil. Implica falta de compromisso e planejamento.É possível colocar a culpa em alguém para esse clima de incerteza? O sistema político americano não é o melhor para configurar objetivos de longo prazo. A maioria no Congresso troca de lado de dois em dois anos, e qualquer coisa que a Nasa planeja dura muito mais do que isso. Precisamos de compromisso para cumprir missões definidas dentro de um orçamento e de garantias de que o dinheiro estará lá quando precisarmos dele. Foi o contrário do que aconteceu com o Constellation: definiu-se um programa que não conseguiríamos pagar e na troca de gestão ele foi cancelado.A administração Obama agiu corretamente ao cancelar o programa Constellation? Sim. Os primeiros passos foram dados corretamente, ou seja, criou-se o conceito de irmos até asteroides e Marte. O problema é que não saímos disso. Não temos um planejamento de verdade, com metas e orçamento definido, muito menos a concordância de que o orçamento é razoável, de que a agênda é razoável e assim por diante. O presidente Obama agiu corretamente ao cancelar a base lunar, mas não demos o passo seguinte.A Nasa anunciou que irá reaproveitar o projeto do veículo espacial do programa Constellation - a cápsula Orion - para substituir os ônibus espaciais e levar tripulações ao espaço profundo, como Marte. Não seria um passo seguinte?Se a ideia é ir até Marte e voltar para a Terra em uma inserção direta, talvez uma cápsula que caia no mar seja uma boa ideia. Contudo, o projeto Orion foi focado em uma base lunar, e isso não é o próximo passo. As peças para a construção de uma cápsula em um projeto para levar o homem à Lua não estão no caminho certo para nos levar à próxima geração de transporte espacial. A conclusão da construção da base lunar estava tão longe no futuro que os cientistas nem tinham que pensar na próxima geração de transportes para chegar até Marte. Como o mesmo sistema poderia ser utilizado para chegar ao planeta vermelho se não foi desenvolvido para isso? Eu não saberia dizer. A China planeja construir uma estação espacial sozinha. O senhor acha que a iniciativa chinesa vai estimular os americanos a traçarem objetivos mais ousados? Espero que sim. Para ser um líder mundial você tem que jogar nessa arena. Não se pode ficar parado 50 anos esperando que os outros te alcancem. Eu gostaria que as nações conseguissem trabalhar mais unidas nos projetos internacionais. O espaço profundo pede cooperação entre os países. Os 100 bilhões de dólares utilizados para a construção da Estação Espacial Internacional foram bem gastos? Existe muito potencial ainda a ser explorado na ISS. Alguns experimentos projetados para a estação não foram feitos, como o cultivo de plantas em ambientes de microgravidade, sistemas de centrífugas para a simulação de gravidade no espaço e o sistema para o suporte de vida. Ela ainda não é um posto avançado para o lançamento de naves a partir dela. O dinheiro foi todo consumido na construção. Se ela não tiver nenhuma utilidade, será um péssimo investimento.
Como a Nasa pode superar essa crise? Já passamos por períodos desencorajantes antes. Passamos por altos e baixos e esquecemos a sensação de frustração e o processo de superação. Às vezes é difícil acreditar que teremos outra época em que estaremos em alta, mas somos perfeitamente capazes de dar a volta por cima. Para isso, porém, os governantes precisam decidir qual é o papel do governo, se desejam que os Estados Unidos permaneçam na posição de liderança na pesquisa aeroespacial e se vale a pena investir o dinheiro do contribuinte em projetos que podem trazer benefícios para toda a humanidade. 

As 7 maravilhas da Astronomia: Observações Nocturnas.

Olá meus queridíssimos Astroleitores!

Estava meio desanimada para atualizar o Blog, não haviam muitas "novidades".
Mas aí...
Estava vendo as atualizações dos Blogs dos meus amigos Astroautores, e um deles me chamou atenção. O meu amigo português Carlos, do Blog Observações Nocturnas; postou uma coisa REALMENTE interessante.
Vou resumir...

Ele resolveu criar as 7 maravilhas da Astronomia, assim, bem como, temos as 7 maravilhas do Mundo, disso, aquilo, e tudo mais. Por que não fazer uma seleção dentro deste estudo maravilhoso que é a Astronomia?
Pois bem. Fiquei muito fascinada com a atitude dele, e vamos combinar que na Astronomia existem diversas maravilhas, coisas incríveis, que deixam a Muralha da China e/ou o Cristo Redentor à desejar, rs.

Ele decidiu separar em categorias:
- Sistema Solar, - Catálogo de Messier, - Nebulosas, - Galáxias e - Outros.

No Blog dele está tudo mais específico, onde e como votar, e as imagens/fatos que estão à votação.

Visitem, votem e sigam o Blog do Carlos!

domingo, 10 de julho de 2011

Momento "O Universo": Procura pelo ET.

Olá meus queridíssimos Astroleitores!

Quem acompanha o Blog e já se acostumou com o modo com que "trabalho", sabe que prefiro postar notícias relevantes, sendo assim, com um espaço maior entre as postagens. Às vezes, devido à alguns feitos, fico até mês sem escrever aqui. 

Também sabem que sou extremamente apaixonada por assuntos mais viajados, como Universos Paralelos (já postei aqui os vídeos do The Universe), extraterrestres, entre outros.

Então...
Lá vai mais um vídeo "surpresa" do The Universe para vocês. O nome é Procura pelo ET.
Os vídeos do The Universe geralmente são muito longos, e divididos em partes. Nesse, entretanto, é tudo compactado em um, que dura uns 40 minutos, mais ou menos. Espero que gostem, assistam até o fim porque vale a pena!


sábado, 9 de julho de 2011

Pandora, colisão de 4 aglomerados de galáxias.

Estou tentando atualizar o Blog, e não está muito fácil, rs.

Meu grande amigo Lucas postou uma coisa bacana no Orkut, pedi à ele permissão para re-blogar e está tudo 'ok'. Então, vamos nessa!

"Abell 2744, chamada também de Pandora, é o resultado de uma colisão de enormes aglomerados de galáxias, ao que se calcula, pelo menos quatro aglomerados diferentes, além de ter, nada menos, que 2 milhões de anos-luz de extensão.! Mas o melhor da Pandora não é isso, é o fato de que, alguma coisa aconteceu na colisão que fez a matéria escura se separar do gás ionizado das galáxias, e o resultado foi que a matéria escura ficou iluminada pelo gás ionizado, assim ficou muito fácil de vê-lo ( por equipamentos de Raios-X )! 


É a mesma coisa se imaginassemos dois fantasmas vestidos com um lençol, quando eles se cruzam, eles passam normalmente, mas os lençóis ficam lá enrolados. Os fantasmas seriam a matéria escura, e os lençóis a emissão de radiação-X pelo gás ionizado das galáxias. Na foto, em vermelho é o gás ionizado das galáxias, e em azul a matéria escura. E o interessante é saber que lá, 75% do material é só a tal da matéria escura, e todos os pontinhos da foto, não são estrelas, são galáxias inteira.! Pandora fica na constelação de Escultor, e só é visto por telescópios grandes. A imagem é uma mistura de imagens do Hubble, do Telescópio Very Large e do Chandra."

Vocês não têm noção de como eu me impressiono com estas imagens... Meus olhos se enchem d' água! A Astronomia nos proporciona isso, e é por isso que amo tanto o que faço. Queria que todos pudessem compreender este 'meu', 'nosso' ponto de vista. De qualquer forma, espero que tenham gostado da imagem!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Peróxido de Hidrogênio no Espaço

Post do Blog "Da Terra para as Estrelas", de Otávio Jardim Ângelo.

Achei bem interessante e decidi re-publicar (;

Foram encontradas no espaço pela primeira vez moléculas de peróxido de hidrogênio (que em solução aquosa é a nossa bem conhecida água oxigenada). Esta descoberta fornece-nos pistas sobre a ligação química entre duas moléculas indispensáveis à vida: água e oxigênio. O peróxido de hidrogênio é um elemento chave na química da água e do ozônio na atmosfera do nosso planeta. É geralmente utilizado como desinfetante ou para clarear cabelo. Esta molécula foi agora descoberta no espaço por astrônomos que utilizaram o telescópio APEX, situado no Chile e operado pelo ESO.



Uma equipe internacional de astrônomos fez a descoberta utilizando o Atacama Pathfinder Experiment telescope (APEX), que se situa no planalto do Chajnantor a 5000 metros de altitude, nos Andes Chilenos. A equipe observou a região da nossa galáxia localizada próxima da estrela Rho Ophiuchi, na constelação Ofiúco, a cerca de 400 anos-luz de distância. A região contém nuvens densas de gás e poeira cósmica, muito frias (cerca de -250º Celsius), onde novas estrelas se estão se formando. As nuvens são principalmente constituídas de hidrogênio, mas contêm traços de outros elementos químicos e são alvos principais na procura de moléculas no espaço. Telescópios como o APEX, que observam na região de comprimentos de onda do milímetro e submilímetro, são ideais para detectar sinais vindos destas moléculas.


A equipe encontrou a assinatura característica da radiação emitida pelo peróxido de hidrogênio, vinda de parte das nuvens de Rho Ophiuchi. “Ficamos muito entusiasmados ao descobrir as assinaturas do peróxido de hidrogênio com o APEX. Sabíamos, por experiências laboratoriais, quais os comprimentos de onda que devíamos procurar, mas a quantidade de peróxido de hidrogênio na nuvem é apenas de uma molécula para dez bilhões de moléculas de hidrogênio, por isso para a detecção ser possível são necessárias observações muito cuidadosas,” diz Per Bergman, astrônomo do Observatório Espacial Onsala, na Suécia. Bergman é o autor principal do estudo, publicado na revista especializada Astronomy & Astrophysics. Crê-se que o peróxido de hidrogênio se forme no espaço na superfície de grãos de poeira cósmica - partículas muito pequenas semelhantes a areia e cinza - quando o hidrogênio (H) se adiciona a moléculas de oxigênio (O2).  Uma reação adicional do peróxido de hidrogênio com mais hidrogênio é uma das maneiras de produzir água (H2O). Esta nova detecção de peróxido de hidrogênio ajudará por isso os astrônomos a compreender melhor a formação de água no Universo. “Não sabemos ainda como é que algumas das mais importantes moléculas existentes na Terra se formam no espaço. Mas a nossa descoberta de peróxido de hidrogênio com o APEX parece indicar-nos que a poeira cósmica é o fator que falta no processo,” diz Bérengère Parise, co-autor do artigo científico e diretor do grupo de investigação de formação estelar e astroquímica Emmy Noether do Instituto Max-Planck de Rádio Astronomia na Alemanha. Para perceber como é que as origens destas importantes moléculas se encontram ligadas precisamos de mais observações de Rho Ophiuchi e outras nuvens onde ocorra formação estelar com telescópios futuros tais como o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) - e da ajuda de químicos em laboratórios na Terra. O APEX é uma colaboração entre o Instituto Max-Planck de Rádio Astronomia (MPIfR), o Observatório Espacial Onsala (OSO) e o ESO. O telescópio é operado pelo ESO.


A nova descoberta de peróxido de hidrogênio pode também ajudar os astrônomos a perceber outro mistério interestelar: porque é que as moléculas de oxigênio são tão difíceis de encontrar no espaço. Foi apenas em 2007 que as primeiras moléculas de oxigênio foram descobertas no espaço pelo satélite Odin.

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